Goofies

Goofies (patetas, tontos) ou goofy footers são aqueles surfistas que têm o pé trocado em sua base na prancha.

São mesmo tontos que não sabem que o pé esquerdo é o que vai à frente, não o direito. Pois o certo é ir de frente para o lado direito da onda. E, ao ir para o lado esquerdo, o surfista que cuide de suas costas.

Mas o goofy dá as costas às direitas e segue de peito aberto para as esquerdas.

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Funciona assim…

Há um que é inteligente o suficiente. Mas é preguiçoso. De alguma forma, ele acaba por perceber que sua preguiça é maior que sua inteligência. Ele não se satisfaz com isso, é claro. Ele quer ser inteligente. Então ele olha ao redor e vê que num mundo de iguais ele é maior, se não a todos à maioria. Não porque seja, mas porque a mediocridade é a regra da qual ele só é exceção porque se sabe medíocre. E isto é o máximo que sua inteligência pode efetivamente fazer por ele. Sim, ele é esperto e safo, até demais. O que não é pouco. É até demais. Mas malícia não é inteligência... O que se prova pelo fato de que ele, repetindo a si mesmo, neurolinguisticamente, que ser igual é bom, ele se entrega a essa contradição. Até estar de fato convencido que ser maior num mundo de iguais é a coisa mais natural deste mesmo mundo.

Há um outro que tem de tudo. Ele não se culpa. Na verdade, ele se compraz. Mas tem pena ou algo semelhante. Mais certo seria dizer que nem isso. Ou, talvez, que isso finja... E porque ele tem de tudo, ele tem livros. Não que os leia, mas ele lê. Vislumbra neles alguns conceitos que o arrebatam. Por qual beleza arrebatam não atino. Não que ele os entenda, mas ele finge… E finge tão bem, até para si mesmo, que se convence que não ter nada é bom. Então sai por aí a declarar palavras mágicas. Pirlimpimpins de um discurso tão vazio quanto vazia é sua vida medíocre. Tão vazio e medíocre quanto ele próprio. Quase tanto quanto o inteligente é medíocre. Quase não: perfeitamente. Um tanto quanto outro, pois é bem provável que sejam o mesmo. E, se não são, unem-se em conveniente e funesta parceria. Porém, mais e pior: o discurso convence. Não porque seja inteligente ou mágico. Mas porque entre os medíocres eles não são dos piores!

Pois há ainda mais um outro. O que repete o inteligente preguiçoso sem ser maior, mas que é muito menor que ele. O que repete o que tem sem ter, tendo ainda menos, se for possível. O que é um em muitos e faz uma multidão de pobres ignorantes. Medíocres sem perspectiva além da repetição. Repetir, repetir, repetir… Ad infinitum. Fazendo do preguiçoso inteligente e do que não tem rico em bens. E estes fazem um só, enquanto aquele se multiplica tanto quanto os repete. Ad infinitum os medíocres dos medíocres proliferam. E assim que abaixo deste nível médio há apenas os doentes mentais. Estes, no entanto, são idiotas por qualquer deficiência. O que os faz, ao menos neste sentido, perdoáveis. Mas aqueles, ah, aqueles são idiotas de bom grado. Sua deficiência é de outro tipo.

E assim que os muitos enriquecem uns poucos, crendo que são semelhantes a eles e que eles os defendem. E assim que os muitos louvam uns poucos, fazendo deles heróis, adorando ídolos em que se espelham sem que os possam alcançar. Nenhum deles merece nada, por certo. Mas eles certamente se merecem. Não, por favor, não fale em mérito, eu repito. Nem me permita ousar. Pois eles são todos iguais e donos de tudo na perpetuação da mediocridade, da pobreza e da verdade inventada para o senso comum que os serve…

Ai de nós que nos permitimos viver neste mundo que eles criaram. Ai de nós que os permitimos inventar. Ai de nós!

Sim, funciona assim!

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Claro que não há certo ou errado quanto à base do surfista. É que fui um, em saudosos tempos que no tempo não voltam, e esta foi só uma imagem que se me apresentou. Nem, obviamente, a imagem pintada tem a ver com surfistas.

Mas, de fato, estes que surfam com o pé direito à frente são chamados goofies, enquanto os demais, como eu fui, são chamados regular. E, também, os “lados” da onda se veem do mar para a praia.

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Talvez as imagens sejam, como muitas vezes são, simplistas. E mesmo injustas. Quanto ao simplismo faço um mea culpa: não fiz qualquer investigação psicológica ou o que o valha. Mas, enfim, era para ser simplista mesmo.

Porém, quanto à injustiça que o simplismo acarrete, não a temo. Pois se de fato há injustiça, esta é a de que aqueles que pinto são mesmo bem piores do que pintei.

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A igreja, ou aqueles que se dizem parte dela, sempre se deixou enganar por muitos discursos. Verdades inventadas há aos montes. Por isso não será de se espantar se nada for novidade. O Amor que é a Verdade continua mal compreendido hoje como o foi quando se fez um de nós. Hoje, porém, o amor é confundido com esta igualdade pronunciada em palavras mágicas.

Entretanto, o ser comunidade naqueles tempos era por um sentimento de urgência escatológica, não econômica, e voluntariamente. E o que se distribuía era segundo o mérito de cada um. Um mérito que se reconhece dádiva, e que se doava por mordomia. Ainda assim mérito. E mesmo quando já distribuído, ainda há o que merecer no serviço, pois aquele que não quer trabalhar também não coma….

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Mas a igualdade, por seu turno, é mesmo mágica. Pois na comunidade dos iguais é cada um por si. Farinha pouca, meu pirão primeiro! Isto é mesmo muito amor. Para não falar do engodo.

Eis a resposta dos tontos: ao invés de Amor e Verdade, amor e engodo.

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E eu, enfim, por meu turno, sou de um outro tipo de tolo que não é tonto, mas que é por certo tido por insano e indigno.

Sou daqueles que ficam com o Amor que, sem fazer acepção, não nos trata como iguais nem igualmente, pois nos criou únicos, conforme Seus juízos, que são bons e santos.

Eu sou um daqueles que ficam com o Logos e Sua magia criativa, que é de um outro tipo, de real Beleza, e a qual compartilhamos com Ele, pois semelhantes a Ele somos.

Sim, num certo sentido sou mesmo insano e indigno. Mas sei ser grato Àquele que me permite a razão e que por meus méritos não me condena, mas antes pelos Seus me enche de dádivas.

A Ele louvo, pois.

SOLI DEO GLORIA!

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